PepsiCo supera expectativas no 3.º trimestre e reforça estratégia de inovação saudável sob pressão ativista

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Nota de Contexto

A PepsiCo é uma das maiores empresas globais de bebidas e snacks, com presença diversificada e um portefólio que combina marcas tradicionais, como Lay’s, Pepsi e Gatorade, com aquisições recentes em segmentos de crescimento rápido. O grupo enfrenta, desde 2024, pressão crescente por parte do investidor ativista Elliott Management, que considera que a empresa tem subdesempenhado face à Coca-Cola e defende medidas mais estruturais, incluindo a eventual separação do negócio de engarrafamento da América do Norte. Paralelamente, a administração Trump intensificou o escrutínio sobre sabores sintéticos e políticas migratórias, condicionando a procura de alguns segmentos de consumidores e forçando a empresa a recalibrar preços, portefólio e custos.

Resultados do 3.º Trimestre: crescimento estável e execução sólida

A PepsiCo apresentou um trimestre robusto, sustentado por procura estável ao nível global e pelo desempenho particularmente forte em mercados internacionais. A net revenue atingiu $23,94 mil milhões, superando ligeiramente o consenso, enquanto o EPS ajustado bateu as estimativas em $0,03 por ação.

O segmento de bebidas mais saudáveis nos Estados Unidos manteve tendência de expansão, compensando parcialmente a pressão continuada em categorias tradicionais. A empresa reforçou que os resultados internacionais foram um dos motores centrais do trimestre, com crescimento de volumes impulsionado tanto por mix de produto como pela evolução positiva no mercado asiático.

A administração manteve as metas de crescimento orgânico de vendas e de lucro ajustado em moeda constante, demonstrando confiança na capacidade de execução para o resto de 2025.

Governança e Gestão: novo CFO vindo do maior cliente da PepsiCo

A nomeação de Steve Schmitt, até agora responsável financeiro da Walmart U.S., representa uma inflexão relevante no topo da estrutura financeira da empresa. Schmitt substitui Jamie Caulfield, CFO durante dois anos e veterano de mais de três décadas na PepsiCo.

A escolha de um executivo ligado ao maior cliente da empresa sinaliza um reforço do alinhamento comercial e da disciplina financeira, especialmente num momento em que:

• a Elliott pressiona por uma estratégia mais agressiva de criação de valor;
• a empresa debate internamente a hipótese de separar a rede de engarrafamento norte-americana, uma proposta que o CEO Ramon Laguarta não descartou publicamente, mas a que também não deu resposta direta.

Laguarta sublinhou ainda que vê as interações com a Elliott como “colaborativas” e que concorda com a análise do fundo de que a PepsiCo está subvalorizada no mercado.

Inovação e Portefólio: aposta crescente em categorias saudáveis e de alto crescimento

A PepsiCo continua a reforçar o pipeline de inovação, ajustando o portefólio a tendências de saúde e bem-estar:

• Rebranding recente de Lay’s e Tostitos.
• Re-lançamento do Gatorade, agora posicionado como energy drink renovado.
• Lançamento iminente de um novo produto funcional da Propel, com eletrólitos, fibra e proteína.
• Aquisição da marca de refrigerantes prebióticos Poppi.
• Aumento da participação na produtora de energy drinks Celsius.
• Avaliação de novas aquisições em food & beverage embalados de rápido crescimento.

A empresa espera que estes produtos tragam preços mais elevados e melhorias marginais, ao mesmo tempo que beneficiam de tendências estruturais, como a adoção crescente de medicamentos supressores de apetite.

Custos, Eficiência e Estratégia de Preços

A empresa mantém um foco intenso na eficiência:

• Fecho de duas fábricas nos EUA.
• Redução de 15% das referências na categoria de snacks no último trimestre do ano.
• Expansão do uso de embalagens pequenas, que ajudam a oferecer alternativas mais acessíveis e suportam volumes em mercados sensíveis ao preço, como vários países asiáticos.

Apesar de as tarifas terem afetado as core earnings em cerca de 3 pontos percentuais, a PepsiCo antecipa uma melhoria das margens na divisão de bebidas na América do Norte até ao final de 2025.

O contributo internacional, responsável por cerca de 40% das receitas, continua a ser uma âncora de crescimento e um amortecedor em relação às pressões macro nos EUA.

Sentimento dos Investidores e Avaliação Relativa

O múltiplo forward P/E de 16,54x mantém a PepsiCo descontada face à Coca-Cola, cotada a 20,90x, reforçando a perceção do mercado de que a empresa ainda tem espaço para melhoria de margens e eficácia operacional.

Segundo Dave Wagner, gestor na Aptus Capital Advisors, a PepsiCo apresentou “mais detalhe do que no passado” sobre como pretende impulsionar o crescimento orgânico e dispõe de um pipeline robusto, embora com “muito trabalho pela frente”.

A reação do mercado foi positiva, com as ações a subir 2% após os resultados.

Conclusão

A PepsiCo encerra o terceiro trimestre com resultados sólidos e uma estratégia alinhada com tendências estruturais de saúde e funcionalidade. A nomeação de um CFO proveniente da Walmart destaca uma intenção clara de reforçar disciplina financeira num momento de escrutínio intenso por parte do investidor ativista Elliott.

O desempenho internacional, o foco em inovação e o avanço no corte de custos aumentam a visibilidade de execução para 2026. No entanto, os desafios permanecem: tarifas, escrutínio regulatório, concorrência feroz e a necessidade de avaliar decisões estruturais como o eventual spin-off da rede de engarrafamento.

O sucesso da PepsiCo dependerá da capacidade de equilibrar inovação com austeridade operacional, num setor onde liderança implica simultaneamente escala, velocidade e foco.   

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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre os Earnings (Resultados) da PepsiCo, formato “News”, atualizado com informações até 09 de Outubro de 2025. Categorias: Consumo. Classe de Ativos: Ações. Tags: Acionista, Earnings, PepsiCo, Consumo, Bebidas, EUA)