Petrobras, News – 31 Out 25

Petrobras obtém licença histórica na Foz do Amazonas e intensifica agenda de transição energética


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Strategic Highlights – 20 outubro 2025

  • Ibama concede licença para perfuração exploratória na Foz do Amazonas, considerada a nova fronteira petrolífera do Brasil.
  • A CEO Magda Chambriard classificou o feito como “uma conquista para a sociedade brasileira”.
  • Licenciamento foi precedido de falhas parciais num teste ambiental, obrigando Petrobras a refazer o plano de resgate de fauna.
  • ONGs ambientais acusaram a decisão de “sabotagem à COP30”, que será realizada em Belém.
  • Em paralelo, Petrobras pediu ao governo um mandato legal para o diesel coprocessado, com até 10% de conteúdo renovável.

Nota de Contexto

A Petrobras (PETR3.SA) é a maior empresa de energia da América Latina, com foco em exploração e produção de petróleo offshore, refinação e transição energética controlada.
Nos últimos dois anos, a estatal tem enfrentado um duplo desafio estratégico: expandir reservas e garantir segurança energética, ao mesmo tempo que responde à crescente pressão por descarbonização.
A região da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá, é considerada a fronteira exploratória mais promissora do país, com características geológicas semelhantes às descobertas gigantes da Guiana, operadas pela ExxonMobil.

Linha Cronológica dos Acontecimentos

26 setembro 2025 – Teste ambiental parcial

A Petrobras falhou uma parte do teste de emergência exigido pelo Ibama como pré-condição à licença para perfuração.
O relatório técnico identificou deficiências no plano de resgate de fauna, afirmando que “o plano proposto não garante ações adequadas para o cuidado com animais”.
Entre os incidentes registados durante a simulação:

  • Um barco ficou preso numa rede de pesca.
  • Outro encalhou num banco de areia.
  • Houve quase colisão com outra embarcação.

Apesar disso, o Ibama dispensou nova simulação, exigindo apenas a reentrega do plano corrigido.
Fontes internas da Petrobras consideravam, já então, que a concessão da licença seria “inevitável”, sublinhando o peso político e económico do projeto.

14 outubro 2025 – Pressão por diesel coprocessado

A CEO Magda Chambriard defendeu publicamente a inclusão do diesel coprocessado com óleo vegetal no programa de descarbonização do governo.
Segundo a executiva, o combustível, com até 10% de conteúdo renovável, é parte central da estratégia para redução de emissões sem ruptura produtiva.

“O nosso diesel coprocessado ainda não tem mandato”, afirmou Chambriard num evento no Rio de Janeiro, acrescentando que a Petrobras “vai fazê-lo sem entrar em conflito com o agronegócio brasileiro”.

A proposta prevê integração entre o setor agrícola e o petrolífero, com a Petrobras a adquirir óleo vegetal como matéria-prima para refinação coprocessada.
O tema ganhou relevância no contexto da COP30, reforçando a narrativa da empresa como ponte entre petróleo e biocombustíveis.

20 outubro 2025 – Licença concedida para a Foz do Amazonas

Após meses de controvérsia, o Ibama concedeu autorização formal para a perfuração exploratória na bacia da Foz do Amazonas, permitindo à Petrobras iniciar as operações.
A atividade, de caráter puramente exploratório, terá duração estimada de cinco meses, sem início imediato de produção.

  • A empresa declarou ter “cumprido integralmente as exigências ambientais”.
  • O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que a decisão seguiu “os mais elevados padrões internacionais de responsabilidade ambiental”.
  • A CEO Magda Chambriard celebrou a decisão como um “marco nacional”, afirmando:

“Esperamos provar a existência de petróleo na porção brasileira desta nova fronteira energética global.”

A aprovação foi recebida com forte oposição de ONGs ambientais, em especial da rede Observatório do Clima, que classificou a licença como “sabotagem à COP30” e anunciou ações judiciais para contestar a validade do processo.
Ainda assim, a decisão reforça o posicionamento da Petrobras como instrumento de soberania energética, priorizando a exploração de novas reservas estratégicas.

Interpretação Estratégica

A sucessão de eventos entre setembro e outubro de 2025 mostra uma mudança tática significativa na Petrobras:

  • No plano energético, a empresa avança com duas agendas aparentemente opostas, a exploração offshore intensiva e o coprocessamento verde, tentando equilibrar crescimento e legitimidade ambiental.
  • No plano político, a licença na Foz do Amazonas simboliza a vitória do pragmatismo energético sobre as pressões ambientais internacionais, especialmente com a COP30 prestes a ocorrer em território brasileiro.

Do ponto de vista industrial:

  • A bacia da Foz do Amazonas é vista como potencialmente transformacional para o portefólio da empresa, podendo gerar reservas comparáveis às da Guiana.
  • A aposta no diesel coprocessado posiciona a Petrobras como líder regional em combustíveis de transição, com menor intensidade carbónica e custo marginal reduzido face ao biodiesel puro.

Impacto Político e de Mercado

O anúncio da licença foi recebido de forma mista:

  • Investidores reagiram positivamente, considerando o projeto estrategicamente valioso para reposição de reservas.
  • Ambientalistas viram-no como contradição à liderança climática do Brasil, que será testada na COP30.
  • Internamente, o governo utiliza o caso como exemplo de equilíbrio entre crescimento económico e mitigação ambiental, embora as críticas internacionais possam aumentar.

A perceção externa é de que o Brasil segue um modelo dual de transição energética, no qual o petróleo e os biocombustíveis coexistem como vetores complementares.

Conclusão

A Petrobras encerra outubro de 2025 com um posicionamento ambivalente mas estratégico: de um lado, garante a licença mais simbólica da década, a Foz do Amazonas, e de outro, reforça o discurso de transição verde gradual através do diesel coprocessado.
O equilíbrio entre pressões ambientais, interesses políticos e oportunidades geológicas molda uma nova fase para a estatal: menos dependente da retórica climática e mais ancorada em realismo energético e soberania nacional.

A curto prazo, o foco recai sobre a execução técnica da perfuração e o desfecho da COP30 em Belém, que determinarão até que ponto a Petrobras conseguirá sustentar simultaneamente legitimidade ambiental e protagonismo petrolífero.


Visite o Disclaimer para mais informações.

Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre a Petrobras, formato “News”, atualizado com informações até 20 de Outubro de 2025. Categorias: Energia. Classe de Ativos: Ações. Tags: Acionista, Petrobras, Energia, Petróleo, Petrolífera, Brasil)

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