Volvo Trucks revê em baixa perspetivas para a América do Norte e aposta em crescimento europeu para equilibrar desempenho global

Ajuste nas previsões para a América do Norte

A Volvo Trucks reviu em baixa a sua previsão para o mercado de camiões pesados na América do Norte, que passa agora a estimar 275 mil novas unidades em 2025, menos 25 mil face à projeção anterior. Esta revisão decorre de um conjunto de fatores que estão a travar o ritmo de novos pedidos, incluindo incertezas sobre tarifas comerciais, novas regras ambientais e volatilidade nas taxas de frete.

O impacto é particularmente visível em clientes de frotas de grande dimensão, que têm optado por adiar decisões de investimento enquanto aguardam maior previsibilidade regulatória e comercial.

Europa como motor de compensação

Em contrapartida, a Volvo mantém a previsão para o mercado europeu de 290 mil camiões pesados, com encomendas a crescerem 25% no último trimestre. A procura tem sido puxada pelo transporte de longo curso e pela renovação de frotas para modelos mais eficientes e compatíveis com as normas ambientais mais exigentes.

Esta dinâmica europeia tem sido fundamental para compensar a quebra na América do Norte e permitir que a empresa mantenha uma base sólida de produção e vendas.

Efeito das tarifas e medidas de ajustamento

O agravamento das tarifas sobre componentes e veículos pesados importados pelos EUA aumentou os custos de produção e gerou incerteza nas cadeias de abastecimento. Como resposta, a Volvo Group North America anunciou um plano de redução de 550 a 800 postos de trabalho nas suas fábricas de Macungie (Mack Trucks), Dublin e Hagerstown, ajustando a produção à procura real.

A estratégia passa por preservar a eficiência operacional e proteger margens, evitando acumulação de inventário e mantendo flexibilidade para responder a mudanças rápidas no mercado.

Resultados financeiros sob pressão

No primeiro trimestre de 2025, o lucro operacional da Volvo caiu para 13,3 mil milhões de coroas suecas (cerca de 1,39 mil milhões de dólares), abaixo das previsões e significativamente inferior aos 18,2 mil milhões registados no mesmo período do ano anterior.

Esta quebra reflete não só o abrandamento na América do Norte, mas também a pressão sobre custos de fabrico, impulsionada pela inflação nos preços das matérias-primas e pelos ajustamentos logísticos relacionados com as tarifas.

Estratégia de mitigação e diversificação

A Volvo Trucks está a acelerar uma estratégia de diversificação geográfica, reforçando as vendas na Europa e expandindo presença em mercados emergentes como a Ásia e a América Latina.

A empresa também está a investir na modernização da sua gama, com foco em camiões mais eficientes e preparados para cumprir novas normas de emissões, o que poderá reforçar a competitividade nos próximos anos. A flexibilidade industrial, suportada por fábricas estrategicamente localizadas, é vista como um trunfo para ajustar rapidamente volumes de produção conforme as oscilações da procura.

Conclusão

A Volvo Trucks enfrenta 2025 num contexto de forte pressão no mercado norte-americano, mas com Europa e mercados emergentes a assumirem um papel central na compensação dessa quebra. O equilíbrio entre ajustamentos operacionais, disciplina de custos e investimento em inovação será determinante para que a empresa mantenha competitividade num ambiente global marcado por incerteza comercial e regulatória.