
Aqui pode acompanhar as últimas noticias relacionadas com a Volvo Cars. As notícias são uma componente importante pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que afetam esta empresa.
Volvo Cars anuncia cortes e admite impacto de tarifas nos preços finais
Destaques (30 de maio de 2025)
- Volvo Cars irá cortar 3.000 postos de trabalho, incluindo 5% da força laboral na fábrica de Charleston (EUA)
- CEO confirmou que os clientes terão de suportar parte do aumento de custos devido às novas tarifas entre EUA, Europa e China
- Agência S&P rebaixou a perspetiva do rating da Volvo Cars para “negativa”, citando margens pressionadas e concorrência agressiva na China
- Fábrica de Charleston continua com produção abaixo da capacidade, com foco nos modelos elétricos EX90 e Polestar 3
- Grupo sueco, controlado pela Geely, mantém meta de longo prazo para os EUA, mas reestrutura produção e gama face à nova realidade comercial
Reestruturação global com cortes na produção nos EUA
A 7 de maio de 2025, a Volvo Cars anunciou alterações na produção e um corte de 5% na força laboral da fábrica de Charleston, na Carolina do Sul, num contexto de reavaliação estratégica face às novas políticas comerciais e de procura. A medida afeta cerca de 125 dos 2.500 trabalhadores da unidade norte-americana, que atualmente produz os modelos EX90 elétrico e Polestar 3.
Esta vaga de cortes insere-se num plano mais amplo de redução de custos, no qual a Volvo anunciou que pretende economizar 18 mil milhões de coroas suecas (cerca de 1,88 mil milhões de dólares). A fabricante, detida maioritariamente pela chinesa Geely, mantém o compromisso de longo prazo com os EUA, mas admitiu que o contexto tarifário obriga a ajustes imediatos na operação.
Tarifas pressionam margens e chegam ao consumidor final
A 23 de maio, o CEO da Volvo Cars afirmou publicamente que os consumidores terão de suportar parte do impacto das tarifas através de preços mais elevados, tanto nos EUA como na Europa. A empresa indicou que a margem de absorção dos custos adicionais é limitada, sobretudo nos segmentos elétricos, onde as margens já são estruturalmente mais estreitas.
A nova vaga de tarifas recíprocas entre os EUA, a União Europeia e a China tornou a posição da Volvo particularmente sensível, já que a marca depende da China para fornecimento e propriedade, mas opera em mercados que estão a impor barreiras às importações.
Pressão adicional sobre o rating e risco de concorrência
A 30 de maio, a agência S&P rebaixou a perspetiva do rating de crédito da Volvo Cars para “negativa”, citando as tensões comerciais e o aumento da concorrência de fabricantes locais na China, que estão a ganhar quota de mercado com modelos mais acessíveis.
O mercado chinês representa um dos maiores destinos de venda para a Volvo, mas o crescimento de marcas locais apoiadas por subsídios estatais e a sensibilidade política em torno de marcas estrangeiras fragilizaram a posição do grupo sueco no país asiático.
Utilização limitada da capacidade fabril nos EUA
Segundo dados atualizados até abril de 2025, a fábrica de Charleston, com capacidade para 150.000 unidades/ano, produziu apenas 1.316 unidades do EX90 elétrico desde o início do ano, o que reflete subutilização da estrutura industrial norte-americana. A maioria dos veículos vendidos nos EUA continua a ser importada da Europa, o que acentua a exposição à nova estrutura de tarifas e retaliações cruzadas.
A Volvo Cars indicou que está a rever o alinhamento do seu portefólio nos EUA, com o objetivo de reforçar modelos com maior atratividade regional e adaptar a produção local a segmentos mais competitivos.
Conclusão
A Volvo Cars entra no segundo semestre de 2025 num contexto de pressão multilateral: desaceleração de margens, concorrência crescente na China, e penalização via tarifas em ambos os lados do Atlântico. A resposta da empresa passa por cortes seletivos, reestruturação de operações e adaptação do modelo de pricing, mas os desafios estratégicos permanecem elevados.
O reposicionamento da Volvo no mercado global dependerá da sua capacidade de preservar escala nos EUA, proteger quota na China e otimizar a sua cadeia industrial num ambiente de fragmentação comercial, onde os riscos geopolíticos passaram a condicionar diretamente o equilíbrio operacional.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Volvo Cars, formato “News”, atualizado com informações até 30 de Maio de 2025. Categorias: Indústria. Tags: Acionista, Volvo Cars, Earnings, Automóveis, Suécia)